América Latina: a região mais violenta para mulheres

Recentemente a Organização das Nações Unidas anunciaram que a América Latina e o Caribe é a região mais violenta para mulheres fora das zonas de guerras, onde nove mulheres são assassinadas diariamente. 

A razão principal do alto numero desses assassinatos é feminicídio, quando mulheres são assassinadas por serem mulheres, frequentemente por um parceiro ou ex-parceiro. Segundo dados oficiais de 16 países, um total de 2.554 mulheres foram vitimas de feminicídio em 2017. Todavia, com falta de relatórios e consistências nos casos investigados, o numero pode ser muito mais alto. 

Por exemplo, no dado mencionado, nem o México e nem a Colômbiasão incluídos. Em 2017, 3.430 mulheres foram declaradamente assassinadas no México, mas só 760 casos foram investigados como feminicídio. A lei mexicana não é clara na definição do feminicídio e alguns estados não diferenciam violência contra mulheres com outros assassinatos. 

Na Colômbia durante o mesmo ano, 1.002 mulheres foram assassinadas, mas só 144 casos foram considerados como feminicídio por causa do agressor ser um parceiro ou ex-parceiro. Como em muitos casos no mundo inteiro, as colombianas estão sendo vitimas de uma cultura de impunidade, desacreditando as mulheres e deixando os agressores livres.

Como o México a América Central é considerada uma das regiões mais perigosas onde o feminicídio e a violência contra as mulheres viraram uma epidemia. Nessas regiões a violência é muitas vezes conectada com o crime organizado, como gangues e os cartéis de drogas. 

Porém, quando o agressor é uma pessoa familiar, a violência doméstica é um fator recorrente em vários casos do feminicídio. O perigo está dentro dos próprios lares, e tradicionalmente começam com abusos psicológicos que depois se tornam em abusos físicos. 

Os órgãos governamentais não estão trabalhando produtivamente para combater a violência contra mulheres. Um relatório da ONU afirma que 24 de 33 países da América Latina e do Caribe tem leis contra violência domestica, mas só nove países que combatem a violência contra mulheres em espaços públicos ou privados. 

Em uma região fortemente influenciada da cultura machista, e com governos e sociedades conservadoras e corruptas, a solução para combater a violência contra mulheres virá de movimentos sociais e organizações não governamentais. Esses movimentos vão abrir conversações importantes sobre tópicos considerados tabus e afastados dos homens que estão no poder. 

Em 2017, 86.700 mulheres na Argentina denunciaram uma agressão física ou psicológica. Isso foi os primeiros dados oficiais do departamento de estatística argentina para documentar a magnitude da violência contra mulheres, que ganhou grande atenção em 2015 com o movimento #NiUnaMenos contra o feminicídio. 

Esses movimentos sociais tem sido um importante ponto de virada em vários países para chamar a atenção em questões como sexismo cotidiano, assalto sexual e feminicídio. Não é que a violência é algo novo, está gravada na cultura patriarcal a séculos. Hoje em dia, com os recentes movimentos, as questões estão sendo ressaltadas e as autoridades estão sendo questionadas. Tem ainda um longo caminho pela frente, mas agora mais que nunca, as mulheres estão unindo-se, ocupando espaço e falando contra as varias injustiças contra as mulheres. #MeToo, #EleNão e #NiUnaMenos são sementes plantadas que vão continuar a florescer e combater a violência contra o sexo feminino, na América Latina e mundialmente. 

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